O presente projeto trata da avaliação da eficácia terapêutica da intervenção nutricional associada ou não a outras intervenções não farmacológicas no controle da hipertensão arterial. Apesar do enorme avanço tecnológico com inúmeros grupos farmacológicos anti-hipertensivos no mercado, o controle da pressão arterial associado à redução do risco cardiovascular ainda é o grande desafio do tratamento da hipertensão arterial no Brasil e no mundo. Por sua vez, a obesidade se tornou uma enfermidade pandêmica que vem crescendo em todo o mundo e é considerada um dos principais responsáveis pela elevação da pressão arterial e do perfil metabólico adverso que surge cada vez mais precocemente na população, aumentando significativamente o risco cardiovascular. Desta forma o controle da hipertensão arterial não pode se ater à busca do alvo terapêutico de forma quantitativa, mas também à redução do risco cardiovascular global, incluindo o controle dos fatores de risco e a regressão ou prevenção das lesões subclínicas assintomáticas (hipertrofia ventricular esquerda, função renal, albuminúria, rigidez aórtica, índice tornozelo braquial e disfunção endotelial) e, consequentemente reduzindo a incidência de eventos cardiovasculares maiores (doença coronariana aguda, doença cerebrovascular, insuficiência cardíaca congestiva, doença arterial periférica e doença renal crônica avançada). Além do controle dos fatores de risco tradicionais devemos atentar para outros fatores que comprovadamente aumentam o risco cardiovascular como os determinantes socioeconômicos, a qualidade do sono associada ou não à Apneia Obstrutiva do Sono, transtornos emocionais como depressão e ansiedade e a qualidade de vida. O estudo será feito em uma parceria entre o Programa de Hipertensão Arterial do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ProHArt ? HUCFF ? UFRJ) e o estudo LapARC que é desenvolvido junto ao Centro Saúde-Escola Lapa (CSE-Lapa), unidade da Estratégia Saúde da Família da Universidade Estácio de Sá em convênio com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro. Trata-se de um ensaio clínico randomizado controlado, não cego, com avaliação cega dos desfechos onde os participantes da pesquisa serão randomizados em 4 grupos: Grupo controle, Grupo intervenção 1: nutricional isolada; Grupo intervenção 2: nutricional + atividade física; Grupo intervenção 3: nutricional + atividade física + práticas integrativas. A população alvo serão adultos entre 20 e 65 anos divididos em pré-hipertensos, hipertensos em geral e hipertensos resistentes. Serão randomizados 240 indivíduos (60 para cada grupo) divididos igualmente (20 pré-hipertensos, 20 hipertensos em geral e 20 hipertensos resistentes) para avaliação das estratégias não farmacológicas em diferentes graus de gravidade de hipertensão arterial. O tempo de acompanhamento será de 6 meses com avaliações mensais da adesão, das medidas antropométricas e da pressão arterial de consultório. No protocolo inicial serão registradas informações sociodemográficas, ocupação e escolaridade, medidas antropométricas e de composição corporal (bioimpedância elétrica), medida da pressão arterial de consultório e Monitorização Residencial da Pressão Arterial, exames laboratoriais para avaliação do perfil metabólico e da função renal, eletrocardiograma para avaliação dos índices de voltagem para diagnóstico de hipertrofia ventricular esquerda, medida da velocidade de onda de pulso para avaliação da rigidez aórtica, e reatividade microvascular. Serão também aplicados os questionários de qualidade de vida, qualidade de sono, rastreio de Apneia Obstrutiva do Sono e rastreio de depressão e ansiedade, além da avaliação da saúde periodontal. Todos esses exames serão repetidos ao final de 6 meses para avaliar a resposta terapêutica das diferentes intervenções..